
Cultivando agroflorestas
![]() Vinhático | ![]() Sucupira |
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![]() Mogno africano | ![]() Plantio experimental |
![]() Sementes de mogno amazônico | ![]() Vista face leste |
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Jacarandá-caviúna (Dalbergia nigra)
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Pau-brasil (Paubrasilia echinata)
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Jequitibá-rosa (Cariniana legalis)
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Vinhático (Plathymenia foliolosa)
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Guanandi (Calophillum brasiliensis)
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Ipê-ovo-de-macuco (Handroanthus serratifolius)
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Ipê-roxo (Handroanthus heptaphyllum)
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Sucupira (Bowdichia virgilioides)
Os mognos africanos são as principais árvores fundadoras, ou pioneiras, na agrofloresta. Eles a iniciam e a dividem desde o início com outras plantas de interesse, sejam elas frutíferas, madeireiras, adubadeiras ou produtoras de palmitos ou especiarias. As espécies arbóreas nativas utilizadas para produção de madeiras nobres são plantadas a partir do segundo ano após o plantio dos mognos africanos e das demais plantas fundadoras das agroflorestas.
Com exceção das cabrucas, matas secundárias, Áreas de Preservação Permanente e Reservas Legais, onde são dominantes, as espécies nativas compõem de 20% a 30% do número de árvores em cada sítio de manejo e são nele introduzidas principalmente através do plantio de mudas, realizado ao longo de todo o ciclo de produção madeireira. Algumas espécies nativas regionais, como a sucupira (Bowdichia virgilioides), o pau d'arco (Handroanthus cf. serratifolius) e o louro (Nectandra sp.), regeneram naturalmente na agrofloresta.
Sob a perspectiva silvicultural, nossa produção de madeira é praticada em florestas mistas inequiâneas e multiestratificadas. Pretendemos colher madeiras em rotações de 17, 25 e 30 anos, em um processo contínuo de produção em cada sítio de manejo, sem corte raso total em uma determinada colheita. Assumindo a rotação presumida de 17 anos, os mognos africanos serão plantados novamente imediatamente após a primeira colheita, junto com diversas outras espécies não madeireiras, e seriam, portanto, colhidos no ano 34. O mesmo ocorre com as espécies nativas, as quais são continuamente plantadas após as colheitas e os desbastes.
Em menor escala, e para finalidades não comerciais, também produzimos madeiras para lenha, construção civil, cabos de ferramentas e cercas, para atender à demanda de nossa família e de nossos colaboradores. A maior parte das mudas utilizadas em nossos plantios é produzida em nosso viveiro agroflorestal. E boa parte das plantas que cultivamos é semeada por nós diretamente no campo ou simplesmente surge espontaneamente, auxiliada provavelmente por algum animal dispersor.
Os espaçamentos iniciais e os arranjos de espécies variam conforme as caracterísicas de cada talhão e sítio de manejo (histórico de uso, vegetação pré-existente, face de exposição, tipo e estado de conservação de solo), criando diferentes consórcios. Como a madeira é o principal produto de nossas terras, as árvores madeireiras são os principais componentes de nossas agroflorestas. Mas entre o topo do dossel (cerca de 25 m de altura) e o chão nós plantamos ou conduzimos muitas outras plantas úteis ao homem e a outros animais. Nossas agroflorestas mais desenvolvidas abrigam pelo menos 35 espécies de interesse sob manejo, e pelo menos outras 100 espécies nativas, exóticas ou ruderais.
Produção madeireira
Silvicultura de espécies nativas e exóticas não convencionais
A silvicultura praticada em nossas agroflorestas é voltada principalmente à produção de madeiras nobres, utilizadas para mobiliário fino, acabamentos de interiores, pisos, instrumentos musicais e construção naval. Trabalhamos principalmente com mognos africanos (Khaya ivorensis, K. anthoteca, K. senegalensis) e cerca de 30 espécies nativas, com destaque para:
![]() Juçara na cabruca | ![]() Cacau na cabruca |
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![]() Mudas de cacau | ![]() Mudas de açaí |
![]() Abiu | ![]() Pimenta do reino |
Os plantios são avaliados para identificar os indivíduos mais produtivos, as espécies de interesse e as possibilidades de consórcio e espaçamento. Com essas informações em mãos, é possível realizar o planejamento de como será a estrutura de implantação e a condução dos cultivos.
Já no segundo caso, a matriz florestal é formada pelas espécies madeireiras plantadas, sendo que as espécies não-madeireiras são implantadas em consórcios e em etapas definidas conforme tipo de solo, incidência solar e produtividade. A agrofloresta é dinâmica e a estrutura se altera com o passar do tempo.
Estamos trabalhando com banana, abacaxi, mamão, cacau, cupuaçu, açaí, juçara, jabuticabas, pupunha, mandioca, feijões, amendoim, pimenta-do-reino e coco; entre muitas outras.
Produção não-madeireira
Frutas, palmitos e especiarias
Há duas diferentes origens para a agrofloresta: as já existentes (ex.: cacau em cabruca), e as implantadas em matriz florestal formada pelo plantio das espécies madeireiras (ex.: mogno africano, sergingueira, etc.). Cada ambiente é previamente avaliado para que seja possível planejar a melhor estratégia de manejo.
Na Fazenda Sucupira, o primeiro caso é representado pelos consórcios já existentes, que são manejados para permitir o enriquecimento com novas espécies (sejam elas para produção de madeira ou não) e o fortalecimento das plantas já estabelecidas.